sexta-feira, 11 de março de 2011

Capacitação de Gestores Comunitários

Capacitação de Gestores Comunitários 


Capacitar moradores de comunidades carentes para que eles possam gerir organizações comunitárias ou atuar nas já existentes, desenvolvendo projetos sociais e de saúde, foi o principal objetivo do projeto de Capacitação de Gestores Comunitários (CGC), que Médicos Sem Fronteiras (MSF) desenvolveu entre 1997 e 2000 no Rio de Janeiro.
A necessidade de capacitar pessoas da própria comunidade surgiu a partir da experiência de Médicos Sem Fronteiras em Vigário Geral, em 1997, quando foi realizado o primeiro curso de capacitação de gestores, do qual participaram moradores de Vigário Geral e de outras comunidades.

O projeto realizou dois cursos, em média, de um ano e meio de duração cada um, sendo um semestre de curso teórico e um ano de aplicação prática. Os dois projetos de Capacitação de Gestores Comunitários (CGC I e II) contaram, no total, com a participação de 54 alunos de 13 comunidades diferentes, que tiveram aulas de Redação e Expressão, Relações Humanas, Contextualização Social e Política, Ética Comunitária e Administração e Gestão de Projetos Comunitários, entre outras disciplinas. A partir dos cursos, foram criadas seis entidades comunitárias, que atuam nas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Portus (Costa Barros), Marcílio Dias (Maré), Dique (Jardim América) e Telégrafos (Mangueira).
Durante um período de 10 meses, as entidades contaram com recursos de um fundo, mantido por MSF, de R$ 300,00 por mês para cada entidade, com o qual elas puderam iniciar e consolidar o trabalho junto às suas comunidades.
Em 10 meses, foram gastos R$ 48 mil, que beneficiaram diretamente mais de 8 mil pessoas. Com isso, a média de custo por pessoa beneficiada pelos projetos foi de apenas R$ 0,59 por mês. Estes resultados foram apresentados durante seminário realizado no início de junho de 2000, com o objetivo de apoiar os gestores na busca de novos financiadores.
Os projetos desenvolvidos abrangem uma série de atividades: educação (reforço escolar e alfabetização de adultos), escolinhas de capoeira e de futebol, projetos de geração de renda e crédito popular, produção de multimistura para combater a desnutrição infantil e palestras de orientação aos pais.
Outros cursos de capacitação comunitária, inspirados no projeto de Médicos Sem Fronteiras, foram realizados por organizações governamentais e não governamentais no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e em Salvador.
Pessoas beneficiadas pelo trabalho das organizações ou núcleos comunitários por mês:

CIACOM (Portus) 1500 
CIATE (Mangueiras) 1500 
CPS LUCAS (Parada de Lucas) 110 
GMCD (Marcílio Dias) 223 
MOGEC (Vigário Geral) 4700 
NIADS (Dique) 1500
TOTAL 9533
Depoimento
"O grande saldo deste desafio foi a possibilidade de transformação: no lugar da violência e da corrupção dos vários poderes existentes nas comunidades, encontramos ética e transparência; no lugar do abandono, encontramos compromisso, cuidado, solidariedade; no lugar da omissão, encontramos participação e organização rumo ao fortalecimento da cidadania."- Elaine Monteiro, ex-coordenadora social de Médicos Sem Fronteiras/Rio.

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